Trilha Cidadã

Entre os dias 29 de outubro e 02 de novembro de 2010 aconteceu à segunda edição do Trilhando Novos Caminhos que reuniu 14 jovens das Pastorais da Juventude do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Entre os momentos de integração e mística, nesta etapa foram trabalhados os conteúdos sobre Realidade Juvenil, Juventude Contemporânea e Violência, e Políticas Publicas para a Juventude. Segundo avaliação da turma o Trilhando levou a perceber as realidades juvenis que estão ao nosso redor e em outros lugares, bem como foi um espaço de partilha e vivência muito rica e animadora para a caminhada.

Sob a mística do caminho e do caminhar, e sobre as lindas palavras de Thiago de Mello que nos dizem que caminhamos cantando porque temos aqueles e aquelas vão conosco, na segunda feira a noite a missa contou a presença do Pe. Hilário Dick S.J., onde foi reafirmada a opção de um projeto de vida voltado para o trabalho com a juventude em seus diferentes meios. No final da celebração todos/as foram convidados/as presentear-se com pedras coloridas, simbolizando aquelas pessoas que encontramos no caminho, pessoas que com seu colorido e jeito próprio alegram nosso caminhar de opção pela causa do Reino!

As fotos da primeira etapa do Trilhando estão disponíveis em:

http://picasaweb.google.com/RaliseComunica/TrilhandoNovosCaminhos1Etapa07#

Povo sem vez e sem voz
Com fé, esperança atua
Todo ano vai à rua
Gritar para ser ouvido

O Grito é um espaço de participação livre e popular, onde os movimentos sociais, pastorais socias, ONGs e entidades querem chamar a atenção da sociedade para as desigualdades sociais no Brasil, ao mesmo tempo que trazem o anseio por mudanças.

Quando e onde? 7 de setembro, em Porto Alegre

Que horas? A concentração será a partir das 8h30min, no Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público. Segue após pela Borges de Medeiros e com encerramento na Redenção.

As Pastorais da Juventude e o Levante Popular da Juventude, na parte da tarde, a partir das 13h30min, no Pão dos Pobres (Rua da República, 801 – Cidade Baixa) promoverão oficinas pautando a Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio da Juventude!

Participem desta mobilização!

Jovens de caras pintadas, ocupando as ruas e espaços públicos, mostrando toda a sua alegria e jeito de viver. Até aparece que estamos lendo uma notícia de alguns anos atrás. Não se engane. Neste final de semana, 21 e 22 de agosto,  aconteceu uma grande manifestação envolvendo jovens da região metropolitana na cidade de Cachoeirinha. A atividade foi organizada pela Pastoral da Juventude em parceria com o Comitê Municipal Contra a Violência e o Extermínio de Jovens.

A ação teve por objetivo chamar a atenção da sociedade para os gritantes índices de mortalidade da juventude, em sua maioria, vítimas das drogas. O Brasil, atrás de Colômbia e Venezuela, é o 3º país com mais assassinatos de jovens no mundo. Isso se deve a uma taxa de 51,7 homicídios para cada 100 mil jovens. Taxa essa que entre 1994 e 2004 cresceu a um ritmo maior que o número de assassinatos entre a população total.

Para alertar a sociedade sobre essa realidade de morte, foram realizadas duas atividades no município. No sábado, os jovens estiveram em frente ao Shopping do Vale, local de maior movimentação de pedestres e motoristas, distribuindo materiais informativos. Durante a tarde do domingo, realizaram uma marcha até o Parcão de Cachoeirinha, local onde aconteceu um ato público pela vida dos jovens.


Fabrício Preto


Trilhar novos caminhos…

É necessário que caminhemos…. Os mais diversos caminhos que a vida pode nos mostrar. E nós, que escolhemos trilhar os caminhos do Reino sabemos das alegrias e desafios que ele nos mostra. Nossa opção de doação pela causa da juventude, de militância e de sonho pela construção de um Mundo Novo é construída coletivamente, nas vidas dos grupos, nas instâncias em que participamos, nos trabalhos que fazemos juntas e juntos em prol da defesa da vida.

Por isso, se faz necessário que, coletivamente, rezemos nossa caminhada, que a reflitamos tendo como fonte de força a Palavra de Deus, pois acreditamos e professamos que é assim, em comunidade, que Ele  revela-se a nós.

E é com muita felicidade e desejo de ser suporte às essas alegrias e desafios que nós, da Trilha Cidadã, queremos convidá-la e convidá-lo a trilhar conosco… E juntas e juntos partilhar nossa vida, nosso trabalho, nossos anseios e dúvidas, enfim, tudo aquilo que nos cerca e que nos faz sermos jovens sonhadores.

O Curso Trilhando Novos Caminhos que ser esse espaço de partilha, de oração, de encontro, de construção, de parada para pensarmos como estamos trilhando e vivendo com ardor e ânimo o trabalho de evangelização.


O que é?

É um grande concurso de          músicas e poemas, que este ano tem como tema a “Campanha Nacional contra a violência e o Extermínio de Jovens”!

O objetivo do Festival é envolver o maior número de pessoas nesta importante campanha através de duas ferramentas tão comuns entre as/os jovens: a música e a poesia.

Quem pode participar?

Qualquer pessoa, grupo ou banda, de qualquer idade e qualquer crença, que queira fazer ressoar o clamor pelo direito das e dos jovens à vida.

Por que falar sobre a Campanha contra o extermínio de Jovens?

Os maiores índices de morte e violência de nosso país envolvem jovens. Tal realidade não é uma coincidência ou uma fatalidade. Tem causas que precisam ser discutidas para que consigamos chegar a soluções concretas. As Pastorais de Juventude da Igreja Católica Romana, durante todo o ano, promoverão este tema, convidando assim toda a sociedade para este importante debate.

Só  posso falar sobre a Campanha?

Sim, o objetivo é  este! Mas o assunto é muito amplo, o que permitirá às/aos participantes exercitarem o seu poder criativo, relacionando o tema a outros sub-temas, como o DNJ, a CFE-2010, as diversas realidades locais etc.

Como funcionará  o Festival?

Simplicidade! Esta é  uma das palavras de ordem!

Mas não se esqueça da qualidade. Link das dicas sobre ter som audível, etc.

Mais informações no site do festival:  http://www.acordajuventude.com.br

 

Na quinta-feira, durante a São Leopoldo Fest, quase no final da tarde, no Picadeiro, como é conhecido o espaço que fica ao lado esquerdo do palco principal, ocorreu um bate papo com o Pe. Hilário Dick, autor da pesquisa “Para além de um monótono estribilho – violência e segurança na perspectiva juvenil em São Leopoldo”. A atividade foi aberta com a apresentação de uma peça de teatro. Os dois momentos somaram para a divulgação da campanha Chega de violência e extermínio de jovens, promovida pela Pastoral da Juventude, que tem como símbolo a mão vermelha representando os jovens que morrem por causa da violência.

Durante a roda de conversa, como define Pe. Hilário, responsável pelo Observatório Juvenil (Unisinos), que tem como arte pesquisar e trabalhar com a juventude, parece que só o jovem é violentado ou é responsável pela violência. “Na rua, na família, na escola. Estes são os locais apontados pela garotada, como o maior foco de violência. Precisamos de boas vivências grupais. No grupo o jovem encontra a felicidade, por encontrar amigos, paqueras, espiritualidade, entre outras coisas saudáveis”, relata afirmando ainda que mesmo nas Ganges exista o comunitário, sendo que o jovem se encontra em todos os espaços, buscando identidade. “Onde há bons grupos, não há violência. Em São Leopoldo tem muitos grupos bons”, finaliza expondo alguns dados: em 10 anos, 512 mil jovens foram mortos no Brasil. Comparando com a Guerra de Angola, que duraram 25 anos, contabilizou 550 mil mortos. Na Guatemala, uma guerra civil que durou 15 anos, 440 mil pessoas perderam a vida.

Conforme a Secretaria de Segurança do Estado, São Leopoldo não teve nenhum caso de latrocínio. Os 27 pontos eletrônicos, que completaram dois anos nessa semana, contribuíram para a redução da violência no município. Os números da Brigada Militar são positivos nos locais vigiados. Pedestres (78%), veículos (57%) e comércio (40%) foram os mais beneficiados. Os furtos de veículos e qualificado também diminuíram: 53 e 72% respectivamente. Em 2008, o município caiu do terceiro para o sétimo lugar no ranking de homicídios no Estado. O secretário Sant´Ana ressalta o trabalho em conjunto realizado em São Leopoldo por meio do Sistema Integrado de Monitoramento (SIM). “A sigla SIM não é casual. Discutimos desde a formação do grupo até as ruas em que seriam colocados os equipamentos”, afirmou.

Para Marcos Vinícius de Oliveira, 13 anos, estudante da 7ª série da escola Otília Rieth a atividade foi interessante. “O bate papo foi bem realista. O padre falou o que estamos vivendo hoje”. Sorridente Jéssica Pless, 16, mora na Vila Tereza e participa do grupo de jovens da Paróquia Beato José de Anchieta. “Achei muito “mara” (gíria utilizada para definir maravilhoso, ótmo) a atividade. É muito bom ver pessoas buscando construir uma sociedade melhor a partir da realidade que vivemos”.

Texto: Lucas Brito de Barros

Fotos: Charles Dias

 

Por: José Luiz Possato Jr.

 

Meninas e meninos, eu vi! Foi lá em Brasília/DF, mesma terra onde profetizou e morreu Gisley, o jovem. Morreu não… Foi assassinado! Aliás, como acontece com a maioria dos profetas. O fato é que eu vi, mais ou menos um ano depois da partida dele.

Antes, eu vira – estarrecido – mãos juvenis capazes de matar, sem questionar muito por quais lentes me fora possível ter esta visão. Porém, a partir dos últimos acontecimentos, à luz de uma nova lente, vi também histórias juvenis tecendo vida, ainda que timidamente, dispersas, isoladas e confusas – era madrugada e havia um jardineiro.

Mas eu não vi sozinho. Havia mais gente lá! Enxergamos primeiramente um túmulo. Estava vazio, embora devesse ter alguém. Tomadas/os de espanto, preocupamo-nos mais com o cenário de morte, mesmo estando vazio, do que com a possibilidade da vida, de uma nova criação, um novo jardim. Foi preciso que uma mulher gritasse: “Onde está Ele?” Se ela não dissesse nada, quanto tempo ainda ficaríamos dentro do túmulo, antes vazio, mas agora cheio de gente, nossa gente?

Vi as juventudes saindo de seus túmulos pessoais, alguns/umas jovens logo se acomodando em outros túmulos, mas a grande maioria saindo à procura de uma habitação de vivos. Embora tivéssemos vontade de andar pelo caminho certo, esquecemo-nos de perguntar: “Onde está Ele?” Sorte nossa termos Madalena, que forçara o olhar para enxergar alternativas à realidade nua e crua, a dar-nos a Boa Notícia: “Eu vi o Senhor!” Com isso, percebemos que não adiantava sair do túmulo. Precisávamos aprender a enxergar por nós mesmas/os, treinar nosso olhar. Mas não só isso… Era preciso saber, ainda, o que, ou a quem procurávamos.

Já falei que vimos um jardineiro? Melhor dizendo: não vimos, não; mas ele estava lá! Conseguimos vislumbrar o jardim, mas nos esquecemos que era necessário cultivá-lo, se quiséssemos vê-lo florido. Por isso, ignoramos o jardineiro. Somente Madalena se dirigiu a ele, perguntando se tinha levado o corpo do Senhor para outro lugar. Qual não foi a surpresa dela ao descobrir que o Senhor não estava morto coisa nenhuma, e que ele e o jardineiro eram a mesma pessoa? Nesse momento amanheceu, e Madalena pode ver claramente.

Demoramos para acreditar em Madalena. Lamentávamos a morte, em vez de perguntar por que o mataram. Ele fora executado como criminoso político, isso nós sabíamos. Mas por que, se ele falava de um Reino que nem deste mundo era? Tínhamos muito medo de fazer esta pergunta. Entretanto, quando amanheceu, fomos às ruas. Por que Ele morreu? Por que morrem as/os jovens? Quem nos está matando? Por que estão fazendo isso? Quando percebemos que a morte d’Ele não fora acidental, deduzimos que as outras mortes também não estavam acontecendo por acaso. Antes, foram arquitetadas. E isso – essa grande descoberta – incomodou quem estava querendo nos matar, sufocar, silenciar, tornar invisíveis. É preciso muita coragem para enfrentar esses grupos opressores. Coragem que só estamos tendo porque, igual à Madalena, “vimos o Senhor”.

Enfim, meninas e meninos, foram essas – além de outras, a serem contadas em outro momento – as coisas que eu vi. As juventudes dispersas em meio à escuridão da madrugada, ansiosas pelo sol prestes a despontar, perceberam na Bíblia uma ótima ferramenta para ver o Cristo, Alimento da Jornada. O encontro, em local e situação inesperados, porém livres das amarras institucionais, só foi possível porque deram-lhes novas lentes, as da Hermenêutica Juvenil.


[*] Texto inspirado em Jo 20,1-18 e no Seminário Nacional de Bíblia e Juventudes, acontecido em Brasília/DF, de 16 a 18/07/10, promovido pelo CEBI, em parceria com a CAJU, a REJU, o FALE e a Trilha Cidadã, todas estas entidades religiosas que trabalham com juventudes do meio ecumênico.

Paz e Bem!!!

José Luiz Possato Jr.

Entre os dias 5 e 12 de setembro de 2010 será realizada a 3ª edição do Congresso Latino-Americano de Jovens. O encontro acontecerá em Caracas, na Venezuela e tem como objetivo atualizar as orientações da Pastoral da Juventude de toda a América-Latina que favoreçam o encontro dos jovens e das jovens com Jesus Cristo e a construção de seu projeto de vida assumindo o discipulado missionário, para a transformação de nossos povos.

O Congresso traz como tema de reflexão “Jovens da América Latina: Discípulos e Missionários de Jesus Cristo hoje, para a vida de nossos povos”, e inspira-nos a colocarmo-nos a caminho com o lema “Caminhemos com Jesus para dar vida a nossos povos!”

Os interessados em realizar atividades preparatórias ao Congresso, podem acessar o material de estudo que encontra-se no endereço www.redejuventude.org.br/pjlatino e também no site da Casa da Juventude de Goiânia www.casadajuventude.org.br.

“É bom olhar  para trás e admirar a vida que soubemos fazer

É bom olhar pra frente, é bom nunca é igual

Olhar, beijar e ouvir, cantar um novo dia nascendo

É bom e é tão diferente…”

Nando Reis

 

Estava pensando que seria importante falar nesse edição de toda a juventude trabalhadora, que suando e sonhando, projetam a felicidade. No entanto, sei que outros textos sobre essa dinâmica vão aparecer. Por isso quero escrever nesse breve espaço sobre a cruz. É isso mesmo gurizada, sobre a Cruz! Tem algumas propagandas circulando por aí e pedindo para todos nós ‘vivermos o lado bom da vida’. Viver o lado bom é deixar de lado as cruzes, as dificuldades, negando-as.

No nosso dia-a-dia, a cruz vai adquirindo seu sentido mais profundo. Não há vida sem cruzes. Às vezes sonhamos com trabalho fácil, sem força, sem incômodo e, diante do inesperado, o trabalho se torna uma cruz. Querer viver somente o lado ‘bom’ faz com que não estejamos preparados a assumir a transformação dos problemas, também sociais, que existem…

Carregar a cruz, gurizada, é assumir com radicalidade o cotidiano, agindo, falando, olhando, cantando… e também sendo perseguido por causa dos nossos projetos de vida. Não podemos nos entregar ao peso da cruz, mas também não podemos negá-la.

Para a realidade juvenil uma das maiores cruzes é o ‘não estar empregado’. Essa situação pode ser devastadora na expectativa de futuro e de presente para a juventude, inviabilizando sonhos e projetos por ficarem à margem dos espaços de sociabilidade.

Gurizada, não podemos negar nossa situação de cruz. Nem Jesus a negou. Enfrentou com suor e sangue. A ressurreição que ainda vibramos faz perceber que a cruz não tem a última palavra, mas a vida. E é pela vida que enfrentamos esse mundo injusto, querendo sua transformação.

Maicon André Malacarne

Assessor da Pastoral da Juventude da Diocese de Erexim

Trilha Cidadã